À Margem do Concreto é um documentário com 84 minutos de duração sobre os sem-teto e os movimentos de moradia em São Paulo. Captado em vídeo digital e com cópia final em 35mm, o filme recebeu verba de pesquisa do Fundo de Documentários do Sundance Festival, em 2002.
Trata-se da segunda parte de uma tetralogia iniciada com À Margem da Imagem, documentário sobre os moradores de rua da cidade de São Paulo, que ganhou vinte prêmios no Brasil e no exterior, entre eles, Melhor Documentário no Festival de Gramado e Melhor Documentário no Festival Internacional do Rio. A terceira parte desta trilogia terá como título À Margem do Lixo e vai mostrar a vida dos catadores de papel e outros materiais recicláveis na capital paulista. A última parte da tetralogia se chama À Margem do Consumo e vai focalizar o consumismo do capitalismo selvagem brasileiro sob a ótica dos moradores de uma favela paulistana. Os quatro fi lmes têm como objetivo traçar um panorama das estratégias de sobrevivência de uma outra cidade à margem da cidade de São Paulo.
Há atualmente vários edifícios ocupados na região central da cidade. À Margem do Concreto mostra a atuação da União dos Movimentos de Moradia (UMM) em São Paulo, que reúne vários grupos envolvidos na luta por habitação, reurbanização de favelas, reforma de cortiços e prédios vazios. São eles: Fórum dos Cortiços, Unifi cação das Lutas de Cortiços (ULC), Movimento de Moradia do Centro (MMC) e Movimento dos Semteto no Centro (MSTC). Entrevistamos as principais lideranças desses movimentos.
À Margem do Concreto acompanha a rotina de vida nessas ocupações, o revezamento na limpeza dos prédios, as difi culdades de administração, o pagamento coletivo das contas de água e luz no fim do mês, a relação de vizinhança onde se tem muito pouca privacidade. Também a insegurança e a angústia de quem tem a consciência de estar na ilegalidade e sem moradia.
O documentário contou com consultoria acadêmica da arquiteta Valéria Cusinato, autora da dissertação de Mestrado “Os Espaços Edificados Vazios na Área Central da Cidade de São Paulo e a Dinâmica Urbana” desenvolvido junto ao Departamento de Engenharia da Construção Civil e Urbana da Escola Politécnica da USP e financiada pelo CNPQ.
À Margem do Concreto mostra a relação entre os movimentos, seus líderes e a população. Também as regras para que as pessoas sejam aceitas nas ocupações, como o abandono do alcool e das drogas, a freqüência e a participação em assembléias e atividades coletivas. Como é a orientação e o direcionamento político nas ocupações organizadas?
Procuramos focalizar o embate entre o valor social da habitação e o valor comercial para a especulação imobiliária, principalmente no centro de São Paulo, que, segundo o geógrafo Milton Santos, é uma região que vive uma espécie de esquizofrenia do espaço urbano. Camelôs se digladiando com comerciantes, moradores de rua, bancos, escritórios, catadores de papel, poder público e patrimônio histórico e cultural. Todos os agentes do espaço urbano estão atuando ao mesmo tempo e todo programa de habitação de interesse social acaba se defrontando com todos esses conflitos.
Documentário sobre os Sem-Tetos e os movimentos de moradia na cidade de São Paulo. O filme acompanha a atuação de várias lideranças que promovem atos de ocupação na região central de São Paulo e que estão fazendo justiça social com as próprias mãos, conquistando a tão sonhada moradia para uma população miserável que não suporta mais viver em albergues e cortiços. À Margem do Concreto é o segundo documentário de uma tretalogia sobre São Paulo iniciada com À Margem da Imagem, sobre moradores de rua.
Evaldo Mocarzel nasceu em 1960 em Niterói, Rio de Janeiro. Formou-se em Cinema na Universidade Federal Fluminense. Trabalhou como jornalista e foi editor do Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo durante oito anos. Cursou Cinema na New York Film Academy e fez parte, durante quatro anos, do Círculo de Dramaturgia do diretor Antunes Filho, no CPT, em São Paulo. Realizou os curtas Retratos no Parque (1999) e À Margem da Imagem (2001). Retomou o tema deste último, a vida de moradores de rua em São Paulo, transformando-o num longa, também chamado À Margem da Imagem (2003). A partir daí realizou diversos filmes: Mensageiras da Luz - Parteiras da Amazônia (curta e longa, 2004), Primeiros Passos (2005), Do Luto à Luta (2005), À Margem do Concreto (2006), Jardim Ângela (2007), O Cinema dos Meus Olhos (2007), Brigada Pára-quedista (2007), Sentidos à Flor da Pele (2008), À Margem do Lixo (2008), BR-3 (2009), Quebradeiras (2009), Cinema de Guerrilha (2010), São Paulo Companhia de Dança (2010), Cuba Libre (2011), Hysteria (2012), A Última Palavra é a Penúltima (2012), Antártica (2013) e Dizer e Não Pedir Segredo (2013).
Direção
Evaldo Mocarzel
Produção Executiva
Zita Carvalhosa
Direção de Fotografia
Jorge Bodanzky
Roteiro
Evaldo Mocarzel e Marcelo Moraes
Montagem
Marcelo Moraes
Coordenação da Pesquisa e Consultoria
Cristiane Benedetto
Edição de Som
Miriam Biderman, Ricardo Reis, Ana Charini e Fernando Henna
Som Direto
Miquéias e Megaron da Motta
Assistência de Direção
Pablo Torrecillas
2ª Assistência de Direção
Luiz Valcazaras
Direção de Produção
Afonso Coaracy
Assistência de Produção
Nádia Mangolini
Segunda Câmera
Pablo Torrecillas
Câmera Adicional
Fabiano Pierri, Henrique Rodriguez, João Pedro Hirszman e Denis Pilão
Elétrica e Maquinaria
Alexandre Henrique Silva
Fotografia de Still
Vidal Cavalcante
Produção da Finalização
Letícia Santos
Design de Folder e Cartaz
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