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Vale a Pena Sonhar Doc . Vídeo . cor . 75’ . 2003
Sobre o filme

“Quem passa pela vida e não tem um ideal pelo qual possa lutar e queira lutar está sujeito à pecha de mediocridade porque não vive, passa apenas pela vida”. Quem diz isso é Apolônio de Carvalho em seu livro autobiográfico ‘Vale a Pena Sonhar”, ponto de partida do documentário homônimo dirigido por Stela Grisotti e Rudi Böhm.

Aos 91 anos de uma vida de lutas e sonhos, iniciada na década de 30, Apolônio vive hoje com sua mulher e também companheira de lutas Renée. Numa animada conversa em seu apartamento no Rio de Janeiro revela, satisfeito, como despertou para a necessidade do engajamento em tantas batalhas.

Preso logo após a Insurreição Comunista de 35, Apolônio conviveu na prisão com Graciliano Ramos e Olga Benário. Saindo da cadeia filiou-se ao Partido Comunista e partiu para a Espanha integrando as Brigadas Internacionais. Combatendo a expansão do nazi-fascismo, presenciou importantes manifestações de solidariedade internacional durante a Guerra Civil Espanhola. Lutou, também, na Resistência Francesa contra a ocupação nazista defendendo sempre a liberdade, a democracia e a justiça social.

Apolônio de Carvalho acredita, com convicção, que Vale a Pena Sonhar :
“(..) uma constante e saborosa vontade de viver. Alimentada naturalmente e sem artifícios. Pois, felizmente, de viver, a vida não me fartou”.

Apolônio volta ao Brasil em 47, atendendo ao apelo do pintor Candido Portinari, enviado à Paris pelo Partido Comunista, nesse momento legalizado no país. A legalidade, no entanto, dura apenas um ano e Apolônio é obrigado a viver com sua família na clandestinidade. Após uma temporada de estudos na URSS, volta ao Brasil em 57 e, pela primeira vez, a família desfruta de uma tranqüilidade até então nunca vivenciada. Isso dura só até o Golpe Militar de 64.

Apolônio, Renée, e os dois filhos, relatam no documentário fatos de seu cotidiano, a luta armada, a clandestinidade, a prisão, a tortura e também suas conquistas e alegrias: “mudávamos de bairro ou cidade de seis em seis meses; reduzíamos tanto quanto possível, o contato com a vizinhança”.

Após nove anos de exílio por sua participação na luta armada contra o regime militar, voltou ao Brasil e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores.

O documentário conta com preciosas imagens de arquivo pesquisadas na França, na Espanha e no Brasil, registrando o dia-a-dia da Guerra Civil Espanhola e da Resistência Francesa. As Brigadas Internacionais, os bombardeios às cidades de Madrid, Barcelona e Guernica; os campos de refugiados, a ocupação nazista na França, os protestos contra a ditadura militar no Brasil, a luta pela redemocratização.

Há, também, depoimentos do gaúcho Delcy Silveira (integrante das Brigadas Internacionais), dos espanhóis Juan Martinez (combatente da Guerra Civil Espanhola) e Diego Jimenez, (membro das juventudes libertárias nos anos 30 participou da coletivização de fábricas em Barcelona, durante a Guerra Civil Espanhola) e dos franceses Lucy Aubrac (militante da Resistência Francesa, articulou um plano ousado que livrou o marido Raymond Aubrac, um dos principais lideres do movimento, das garras dos nazistas), Serge Ravanel (chefe nacional das Forças Francesas do Interior e Comandante da Libertação) e Jacques Breyton (membro da Resitência que mais tarde, já morando no Brasil, apoiou a luta armada contra a ditadura militar).

Sinopse

O documentário retrata os sonhos e utopias de uma geração de homens e mulheres que dedicaram suas vidas na luta pela justiça, liberdade e democracia, tendo como fio condutor a história de vida de Apolônio de Carvalho, sua luta junto aos republicanos na Guerra Civil Espanhola, na Resistência Francesa contra o Nazismo e no combate à ditadura militar brasileira nos anos 60.

Diretor Rudi Böhm

Nascido na Áustria e formado em indústria gráfica, em 1973 Rudi Böhm foi convidado por Hans Donner para criar vinhetas e aberturas de novelas e programas da TV Globo. A partir de 1974, já estabelecido no Brasil, fez imagens óticas, animação e programação visual de longas metragens e criação e produção de comerciais. Em 1981 fundou sua própria empresa, a Ilimitada Ltda, a primeira casa de finalização para cinema e televisão do país, especializada em efeitos especiais. Dirigiu, montou e finalizou com efeitos especiais o media-metragem Motorista de Caçamba, um documentário sobre os garimpeiros de Serra Pelada, onde a trucagem é parte da linguagem cinematográfica. Atualmente dirige o Núcleo de Artes e Cenografia da TV Cultura.

Diretor Stela Grisotti

Jornalista de formação, há mais de 20 anos atua como diretora, roteirista e pesquisadora de documentários e programas de televisão. Integrou o time de roteiristas das séries documentais Dia Um (2017 - HBO), A Vaga (2015/2016 - HBO) e A Verdade de Cada Um (2012 - Nat Geo). Como pesquisadora, colaborou com os projetos O Começo da vida (longa doc, 2015, dir. Estela Renner), De Olaria à Helsinque, a história de um salto (curta doc, 2012, dir. André Klotzel), Até que a morte nos separe (série A&E, 2011, dir. Eduardo Rajabally), O Dia que durou 21 anos (longa doc, 2013, dir. Camilo Tavares), A Batalha da Maria Antônia (longa doc, 2014, dir. Renato Tapajós), Amazônia desconhecida (longa doc, 2013, dir. Daniel Augusto e Eduardo Rajabally), Batismo de sangue (longa fic, 2007, dir. Helvécio Ratton), Urbânia (fic longa, 2000, dir. Flávio Frederico), entre outros.


Estreou na direção com o documentário Apolônio de Carvalho - Vale a Pena Sonhar, premiado como melhor documentário pelo Júri e pelo Público no Festival Guarnicê, com o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Biarritz e como melhor documentário no Festival Contra o Silêncio, Todas as Vozes (México). Também dirigiu, com Paschoal Samora, o documentário A Chave da Casa, exibido no festival É Tudo Verdade e no INPUT – Encontro Internacional de Televisão de Interesse Público ( Coreia do Sul).


Entre 2007 e 2010 foi Coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Mixer, e desde 2013 é pesquisadora e roteirista na O2 Filmes. 

Equipe

Direção

Stela Grisotti e Rudi Böhm


Roteiro

Julio Rodrigues


Produção Executiva

Zita Carvalhosa


Pesquisa e Argumento

Stela Grisotti


Direção de Arte

Rudi Bohm


Direção de Fotografia

Carlos Ebert


Montagem

Veronica Saenz e Rudi Böhm


Música

Mário Manga


Edição de Som

Eduardo Santos Mendes e João Godoy


Narração

Tereza Freire e Pedro Vieira

Festivais

 

  • Festival Hispanoamericano de Vídeo Documental Independiente: Contra el Silencio Todas las Voces 2006 - Prêmio de Movimientos Sociales y Organización Ciudadana 
  • Participou do Catarina Festival de Cinema Digital 2005

 



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